domingo, abril 17, 2011

Dias de Chuva

A chuva começou a cair e resolvi vestir algo mais confortável para me render à um filminho sem graça que passava na TV. Abro o armário e me deparo com aquela sua camiseta que eu fiquei. Engraçado… implicava quando você vestia, mas nesse momento ela me parece a roupa mais linda do mundo… pois lembra você!

Espanto o pensamento e me visto… coração dispara por um instante! Não é possível que seja engano… senti o cheiro do seu perfume nela. Quero provas! Tiro e começo a cheirar cada pedacinho para resgatar o cheiro e nada… será que foi mesmo a minha imaginação?

Vou para a sala e quando passo pela estante, vejo o último Veríssimo que você leu… pego e começo a folhear, sem saber bem o motivo. Encontro um papel perdido marcando uma das páginas. Será que ficou ali aleatoriamente ou você parou naquele capítulo? Olho todos os lados do papel na esperança de que você tenha escrito alguma coisa ali, mas era só uma nota fiscal da livraria.

Por duas tentativas frustradas de achar um pouco de você, não me dou por vencida e resolvo pegar os nossos álbuns antigos… seu sorriso ali tão perto e tão verdadeiramente longe.

Se é para massacrar a saudade, não me contento com pouco… vou até onde estão os nossos CDs… nossos?… será que ainda temos algo em comum? Pego aquele do Cazuza que você ouvia nas alturas, dublando para mim a canção que dizia ser minha… “Amor da minha vida, daqui até a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade”… ouço, canto, choro e penso: como a nossa eternidade durou tão pouco!

Deito no chão no meio da sala e mais um sobressalto… podia jurar que escutei a sua gargalhada. Será que foi o barulho da chuva na janela? Fecho os olhos e sinto uma lágrima tímida descendo pelo canto dos olhos… adormeço.

Quando acordo, a chuva se foi… nem sinal de lágrimas. Recordo o que estava fazendo ali e lembro que tinha tentado juntar pedacinhos de você que pudessem te trazer por inteiro.

Percebo que nem todas as lembranças juntas, trarão a nossa vida de volta… e por mais que isso ainda possa doer, vejo que foi o melhor para nós dois.

Saudade vem, mas também passa…assim como a chuva!

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